A Urgência de Rever Condições e Calendários no Futebol Sul-Americano: Prevenção Antes da Tragédia

 

A urgência de rever as condições de jogos em altitudes elevadas e o calendário extenuante da CBF é destaque em meio a incidentes recentes no futebol. Proteja a saúde dos jogadores e técnicos antes que tragédias maiores ocorram.

Recentemente, uma série de incidentes graves no futebol sul-americano reacendeu o debate sobre a segurança dos jogadores e técnicos nas competições organizadas pela CONMEBOL e também a necessidade de ajustes no calendário da CBF. Em meio a jogos desafiadores e uma agenda extenuante, a saúde dos profissionais que fazem o espetáculo acontecer está em risco. É necessário agir antes que o pior aconteça.

Altitude e os Perigos Ocultos

O futebol em altitudes elevadas tem sido motivo de preocupação há anos. As condições atmosféricas nesses locais, como a baixa concentração de oxigênio, podem causar sérios problemas de saúde, incluindo hipoxemia (níveis insuficientes de oxigênio no sangue), hiperventilação, e, em casos extremos, edemas pulmonares ou cerebrais. Esses riscos são amplamente documentados e conhecidos na medicina esportiva, mas ainda não foram totalmente mitigados nas competições da CONMEBOL.

Um exemplo recente que ilustra esses perigos é a internação do técnico do Flamengo, Tite, logo após a partida contra o Bolívar. Tite foi diagnosticado com arritmia cardíaca, uma condição potencialmente fatal desencadeada pelas condições extremas da altitude. Este incidente mostra claramente que não são apenas os jogadores que estão em risco, mas todos que fazem parte da equipe, desde a comissão técnica até os funcionários do clube.

Outro caso alarmante ocorreu no Morumbi, em São Paulo, durante a partida entre São Paulo e Nacional-URU, quando o zagueiro Juan Izquierdo sofreu um mal súbito e caiu no gramado. Assim como Tite, Izquierdo foi diagnosticado com arritmia cardíaca, o que só reforça a gravidade da situação.

A Responsabilidade da CONMEBOL e da CBF

Esses incidentes acendem um alerta para a CONMEBOL, que precisa reconsiderar a realização de partidas em altitudes extremas. A pergunta que paira é: até quando esperaremos para que uma tragédia ainda maior ocorra? Será necessário que um jogador ou técnico perca a vida para que medidas preventivas sejam adotadas? A responsabilidade de proteger a saúde dos profissionais do futebol deve ser uma prioridade absoluta.

Não é apenas a CONMEBOL que precisa agir. A CBF também tem sua parcela de responsabilidade. O número crescente de lesões abruptas e sem contato durante os jogos é alarmante. Muitos jogadores estão sofrendo desgastes físicos excessivos, resultado de um calendário sobrecarregado que não permite o tempo necessário para a recuperação adequada entre as partidas. Essa sobrecarga física está resultando em colapsos inesperados, como os que vimos recentemente.

Prevenir é Melhor do que Remediar

A expressão “primum non nocere” — “primeiro, não prejudicar” — deve guiar as decisões das entidades que gerenciam o futebol sul-americano. Prevenir é fundamental. A adaptação dos calendários, a escolha criteriosa dos locais de jogo e a implementação de protocolos médicos rigorosos são medidas necessárias para mitigar os riscos.

A saúde e a vida daqueles que fazem o futebol acontecer não podem ser colocadas em segundo plano. Se não agirmos agora, o que hoje é uma emergência médica pode, em breve, se transformar em uma tragédia irreversível. É hora de a CONMEBOL e a CBF tomarem medidas preventivas e protegerem aqueles que tornam o futebol possível, antes que seja tarde demais.

 


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